463 milhões de adultos vivem com diabetes

A Diabetes consiste em alterações da quantidade de açúcar no sangue, sendo que é diagnosticada em mais de 40% da população portuguesa. O pé diabético está associado à presença de Diabetes e é uma das principais causas de amputação do pé, contudo, esta doença é muitas vezes negligenciada. Existem cuidados essenciais a ter de modo a evitar este problema e diminuir o seu impacto.

Segundo a Federação Internacional da Diabetes (International Diabetes Federation), até 2019 cerca de 463 milhões de adultos viviam com a diabetes, sendo que mais de 1,1 milhão de crianças e adolescentes viviam com a diabetes tipo 1.

É importante consciencializar a população para o diagnóstico prévio e que tenham em atenção as principais causas deste problema. Estas estão, por vezes, na má circulação sanguínea, no tempo demasiado longo em camas hospitalares e, principalmente, nas alterações da ramificação nervosa. É frequente que as pessoas com pé diabético sintam a pele a secar, o surgimento de feridas, queimaduras e bolhas que podem dar origem a infeções.

No sentido de evitar e prevenir este flagelo é essencial que as pessoas sejam acompanhadas por uma equipa multidisciplinar e especializada, que se complementa com os vários setores da área da saúde; tenham um estilo de vida saudável, apostando numa boa alimentação; uma higiene cuidada dos pés; pratiquem atividade física de forma regular e adotem posições favoráveis à estimulação da circulação sanguínea. Por outro lado, devem evitar fumar e estar em posições como pernas cruzadas.

Também a escolha de um calçado adequado e adaptado às necessidades de indivíduos com pé diabético é extremamente importante. Estes devem optar por um calçado confortável no seu todo, que se ajuste corretamente ao pé, de modo a não ser muito largo ou apertado. Não obstante, não é recomendável a utilização de sapatos com costuras no seu interior, bem como de meias apertadas.

A Federação Internacional da Diabetes estima que em todo o mundo existam 463 milhões de pessoas com diabetes, número que pode atingir os 700 milhões em 2045 (International Diabetes Federation [IDF], 2019).

 

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

Calçado inadequado pode provocar problemas de saúde nos idosos

Nos idosos, o calçado deve adequar-se corretamente à morfologia e ao tamanho dos pés e ao tipo de atividade que se pretende realizar. A sua função não é de todo estética e por isso a escolha deve recair por um calçado que ajude a manter a estabilidade; a proteger o pé e o tornozelo do agravamento de certas doenças, como úlceras no pé – lesões ou feridas ligadas a um dano da pele, unha ou tecidos profundos; e a prevenir quedas e acidentes domésticos.

Recomenda-se a utilização de calçado que permita também a respiração do pé e a utilização de meias de algodão, pois este tipo de calçado ajuda a precaver, por exemplo, micoses – fungos que se desenvolvem e causam infeções na pele e nas unhas. O calçado deve ainda estar bem ajustado e de acordo com o peso corporal, de forma a não causar fricção, provocar desconforto ou gerar um mau apoio dos pés.

Já a adoção de um calçado antiderrapante e com uma sola robusta é indispensável para os idosos, pois faz toda a diferença na prevenção de quedas e acidentes domésticos, e por isso mesmo estes cuidados não devem ser negligenciados. Deve evitar-se calçado de tacão alto e não deve utilizar calçado com a sola desgastada.

Além disso, o calçado deve ser escolhido para dar mais conforto e deve ser ajustado tendo em conta as condições físicas, o tipo de atividade que desenvolve, e se possível o tipo de pele.

É fundamental ir com regularidade a um podologista para realizar um rastreio e possível diagnóstico, pois existem doenças que se não forem detetadas e tratadas a tempo podem ter efeitos nefastos na mobilidade dos idosos, na sua postura e consequentemente na sua qualidade de vida.

Cuide de si e dos seus pés, tenha atenção à escolha do seu calçado para assegurar uma boa qualidade de vida.

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

O inchaço pode ser prejudicial durante a gravidez

Durante a gestação é bastante comum as mulheres sentirem dores e sofrerem de inchaço nos pés, tornozelos e pernas, especialmente a partir do 6º mês de gestação. O inchaço está diretamente ligado à retenção de líquidos, que tende a agravar-se com o avanço da gestação – devido a um aumento progressivo do tamanho do útero – e também à medida que o dia avança – devido à utilização posição horizontal durante a noite. Este tipo de problemas afeta diretamente a rotina diária das grávidas, pela dor e desconforto que causa, podendo reduzir a sua capacidade de realizar simples tarefas como limpar a casa e passar a ferro.

Existem mulheres mais predispostas para inchar, por exemplo, as que tiveram problemas de má circulação, dificuldade na drenagem linfática, diabetes, ou outras doenças, bem como a toma de alguns tipos de medicamentos. Numa situação regular, uma mulher grávida acaba por inchar, à medida que o feto cresce e o próprio útero começa a pressionar a veia cava, levando a um menor fluxo sanguíneo. A acumulação de sangue que daqui resulta faz com que seja enviada água para a zona dos pés e tornozelos através das veias capilares, levando então ao inchaço.

No entanto, o inchaço deve ser semelhante em ambos os pés, e não deve surgir rapidamente. Caso ocorra aceleradamente pode ser um sinal de problemas mais severos, por exemplo, pré-eclâmpsia, deverá consultar urgentemente um podologista.

Uma das formas mais comuns para prevenir o inchaço, consiste em contrariar a gravidade, ou seja, elevar os pés quando se está sentado, evitando assim a acumulação de água nos membros inferiores. Para além disso, pode favorecer dormir sobre o lado esquerdo do corpo, no sentido de amenizar a pressão do útero sobre a veia cava.

É recomendável o uso de calçado confortável, adequado e que não aperte, tendo em conta que o pé pode inchar. Prefira sapatos com sola de borracha para prevenir quedas, de salto médio para ajudar no inchaço e não totalmente planos visto que, fazem com que o peso do corpo recaia sobre os calcanhares.

Para evitar este problema pode também usar meias-calças ou collants de compressão para auxiliar a circulação sanguínea, evitar permanecer em pé e quando estiver sentada não cruzar as pernas.

O acompanhamento por parte de um podologista durante a gravidez é essencial, no sentido de elucidar os conselhos atrás referidos de forma mais personalizada e se necessário adotar medidas diferentes, de modo a proporcionar o maior conforto possível à mulher grávida.

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

Queimaduras solares nos pés são muito frequentes e podem originar cancro

Os pés são a parte do corpo mais exposta ao sol, em especial na época do Verão. A exposição excessiva ao sol, principalmente nas horas em que o calor é mais forte, pode originar queimaduras solares, uma das principais causas de cancro na pele. Os pés são habitualmente negligenciados nos cuidados de proteção solar.

As queimaduras solares ocorrem quando a radiação ultravioleta atinge a camada superficial da pele, provocando uma lesão das suas células e um processo inflamatório agudo, que é possível reconhecer pela vermelhidão da pele.

A principal causa, passa pela falta de cuidados com os pés, como a não utilização de protetor solar ou pouca utilização nessa zona e ainda a sua exposição solar nas horas de maior calor.

Em caso de exposição solar excessiva dos pés deve colocar, imediatamente, pomadas hidratantes e anti-inflamatórias e compressas de água fria no sentido de aliviar a dor provocada pela queimadura.

Para evitar queimaduras solares nos pés é essencial colocar corretamente o protetor solar, com fator elevado de proteção, no dorso dos pés e nos dedos. Este simples gesto pode fazer toda a diferença na prevenção de queimaduras e consequentemente cancro na pele. As pessoas mais fragilizadas como os idosos e as crianças devem ter uma atenção redobrada, uma vez que a pele é, muitas vezes, mais sensível.

É recomendável ainda hidratar bem os seus pés e evitar a exposição solar nas horas de maior calor, nomeadamente entre as 11h e as 16h, procurando espaços frescos e sombras, uma vez que, para além das queimaduras previne o desenvolvimento de bolhas e descamação da pele.

Se porventura sentir algum sintoma como dor, bolhas, vermelhidão, perca de pele nos seus pés, deve marcar rapidamente uma consulta com um podologista, para um diagnóstico e tratamento adequados.

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

Regresso aos treinos: cuidados a ter para prevenir as lesões desportivas

A possível redução dos níveis de atividade física, como resultado do período de confinamento, em consequência da pandemia, tem sido apontada como uma das principais preocupações, pelos riscos que representa para a saúde e bem-estar das pessoas.

Sabemos que a prática regular de exercício físico é um dos pilares para um estilo de vida saudável, contribuindo, por exemplo, para a redução do risco de doenças cardiovasculares e para o fortalecimento dos ossos e músculos. Já as consequências do sedentarismo incluem a obesidade, sendo ambos fatores impulsionadores do aparecimento de doenças nos pés, e de atrofia muscular, o que pode traduzir-se em prejuízos para a mobilidade das pessoas.

Contudo, além das precauções que os novos tempos exigem, pelo risco de contágio, no regresso aos treinos, é preciso que os cuidados para prevenir as lesões desportivas não sejam deixados para trás.

Considerada uma das lesões musculoesqueléticas mais comuns na população ativa e frequente no universo desportivo, a entorse do tornozelo ocorre na sequência de uma rotação extrema do membro inferior, quando um ligamento é forçado além da sua normal capacidade. No respeitante a esta lesão, os desportos com movimentos de impulsão e corrida, os antecedentes de entorses, a fadiga muscular e ligamentar, o uso de calçado instável e com sola desgastada, bem como a realização de atividade física em piso irregular estão entre os principais fatores de risco.

Ainda assim as duas causas principais de lesões desportivas são a prática de exercício físico sem o aquecimento inicial e sem os alongamentos finais.

Embora as entorses do tornozelo e outras lesões possam ser resultantes de erros técnicos ou esforço excessivo, os exercícios de aquecimento são muito importantes na sua prevenção, não apenas no que respeita aos pés, mas também aos músculos de todo o corpo, dado que estimulam a sua flexibilidade, contribuem para evitar possíveis estiramentos e roturas musculares e preparam ainda a mente para a prática do exercício físico.

O aquecimento deve dividir-se em duas etapas: o aquecimento geral, cujo principal objetivo é aumentar a temperatura do corpo, preparando o sistema circulatório e respiratório; e o aquecimento específico, que trabalha partes singulares do corpo e movimentos específicos.

Também os alongamentos são essenciais para acelerar a recuperação, de forma a promover a circulação sanguínea e a aliviar a tensão acumulada nos músculos. Estes exercícios podem e devem ser feitos também aquando do aquecimento.

Se com o desconfinamento está a retomar a sua rotina desportiva, e porque uma pessoa destreinada corre maior risco de se lesionar, inicialmente não deve exagerar no tempo, distância e intensidade dos treinos.

Para que seja saudável, a prática de exercício físico deve ser também adequada às necessidades de cada um, tendo em conta a idade, o género e possíveis patologias.

Cuidados a ter durante a prática de exercício físico:

  • Faça um aquecimento antes de iniciar a sessão, com duração entre 5 a 10 minutos, e com exercícios que estimulem a circulação sanguínea e preparem os músculos para o esforço;
  • No final de cada sessão, reserve cerca de 10 minutos para abrandar o ritmo cardíaco e para alongar os músculos (pode também completar com massagens nos pés);
  • O descanso é fundamental, por isso, no caso de realizar treinos intensos, faça pausas de 48 horas para recuperação muscular. Se a intensidade do exercício que pratica é baixa a moderada, pode fazê-lo em dias consecutivos;
  • Utilize calçado adequado a cada desporto. Enquanto que o calçado de corrida deve ter um bom amortecimento e ser leve e maleável, para praticar pilates deve usar sapatilhas antiderrapantes com proteção flexível. Já para desportos com grande intensidade, o pé deve estar bastante estável;
  • O calçado deve adequar-se corretamente aos pés, de modo a não causar fricção e deve oferecer proteção ao tornozelo;
  • Lembre-se que um par de sapatilhas dura 150 a 200 horas ou 500 a 600 km de treino;
  • Use roupa adequada à modalidade que pratica e, no verão, opte por um vestuário leve e com cores claras;
  • Calce meias de algodão;
  • Mantenha-se hidratado, sobretudo nestes dias quentes;
  • Preste atenção aos sinais de alarme e, se necessário, fale com um profissional de saúde.

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

Cuidados a ter com a postura em situação de teletrabalho

Face à situação epidemiológica em Portugal, provocada pelo novo coronavírus, muitos portugueses estão atualmente em situação de teletrabalho. Contudo, trabalhar na segurança do seu lar pode ser um desafio para as suas costas, devido ao aumento da pressão sobre a coluna vertebral, causada pelas várias horas ininterruptas sentado ao computador.

Quem está em casa, em teletrabalho, não deve descurar os cuidados com a sua coluna, tendo especial atenção à postura que adota quando está sentado à secretária, assim como aos comportamentos sedentários, muito prejudiciais para as costas.

Por ser uma das principais causas associadas ao surgimento de dores nas costas e por acarretar problemas dos pés à cabeça, o sedentarismo é o primeiro aspeto a combater. Estar em isolamento social pode significar uma redução mais ou menos significativa em termos de atividade física, no entanto, mesmo em casa, é fundamental não esquecer os exercícios de fortalecimento muscular, ao nível dos músculos das costas, mas também da região abdominal e dos membros inferiores, de forma a prevenir e a reduzir a dor.

Permanecer na mesma posição por longos períodos representa também um dos perigos para a coluna vertebral, dado que durante as várias horas em que estamos sentados a trabalhar, se verifica uma sobrecarga dos músculos e discos intervertebrais. Sendo, por isso, fundamental fazer intervalos regulares, de maneira a mudar de posição.

Já a adoção de posturas incorretas está na origem de grande parte dos problemas de saúde. Além da típica dor nas costas, a postura extremamente prejudicial que a maioria das pessoas assume pode provocar também dores nos pés, dificuldades na recuperação pós-treino, fadiga, tensão arterial alta, obstipação, bem como consequências a nível psicológico, gerando desmotivação, mau humor ou problemas de sono. O que pode pôr em causa a sua produtividade no trabalho.

Que cuidados devo ter em teletrabalho?

Em casa, pode sentir-se mais descontraído, contudo, é importante que trabalhe nas mesmas condições em que trabalharia se estivesse no escritório e que redobre os cuidados com a sua postura.

Primeiramente, é fundamental que organize o seu espaço de trabalho e que opte por uma superfície estável, como uma secretária ou uma mesa. Além disso, é indispensável uma boa cadeira, de forma a prevenir a fadiga e desconforto, proporcionando uma postura corporal saudável. Neste sentido, lembre-se que uma cadeira demasiado alta vai levar a que adote uma má postura, por isso, escolha uma com assento regulável, de modo a que a sua altura seja facilmente ajustável. O assento deve ser macio e almofadado, já a base da cadeira deve também ter rodas, para que se consiga deslocar com as costas direitas, e ser grande o suficiente para promover estabilidade, enquanto que a parte traseira da cadeira deve servir de apoio tanto à parte inferior como à parte superior das costas.

Faça pequenos ajustes à sua posição, que podem fazer a diferença na sua saúde. Siga as seguintes recomendações:

  • Mantenha o monitor do computador ao nível dos seus olhos, utilizando um suporte, livros ou até resmas de papel;
  • Use uma almofada se a cadeira não tiver curvatura lombar;
  • Ajuste a altura da cadeira de modo a que, quando sentado, fique com os seus pés totalmente apoiados no chão e os joelhos ao mesmo nível da bacia;
  • Não se incline para a frente nem para trás enquanto sentado, mantenha o alinhamento correto do tronco e as costas apoiadas no encosto da cadeira;
  • Não trabalhe no sofá, visto que, pouco tempo depois, vai dar consigo completamente “mergulhado” ou quase deitado;
  • Não cruze as pernas e mantenha os pés apoiados no chão;
  • Mantenha o teclado do computador perto de si, a uma distância entre 10 a 15 cm;
  • Opte por uma almofada de rato com o apoio para o pulso;
  • Levante-se regularmente e caminhe um pouco pela casa, de modo a alongar os músculos e as articulações.

No Centro de Podologia de Famalicão existem serviços dedicados exclusivamente à postura, fundamentais para melhorar o bem-estar, físico e psicológico da população.

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

10 cuidados a ter para proteger os pés do frio

Apesar de serem a nossa plataforma de movimento e o suporte do nosso organismo, os pés são ainda assim frequentemente negligenciados, sobretudo no inverno, uma vez que passam a maior parte do tempo escondidos pelo calçado. Contudo, uma vez que as baixas temperaturas e o uso regular de sapatos fechados podem favorecer o aparecimento de alguns problemas podológicos, proteger os pés deve ser um cuidado prioritário quando os termómetros baixam.

À semelhança do nariz e das mãos, os pés estão naturalmente mais expostos ao frio e, consequentemente, encontram-se mais vulneráveis. Isto acontece também porque as baixas temperaturas provocam a contração dos vasos sanguíneos, dificultando a circulação até às extremidades do corpo, que pode resultar na sensação de frio nos pés devido a um fluxo sanguíneo lento. Além de pés frios, a pele fica sujeita a alterações, como pele seca (xerose cutânea) e irritada, com tendência a vermelhidão, e frieiras.

As lesões cutâneas são assim um problema relativamente frequente nesta altura do ano, como efeito das agressões por fatores externos, como as baixas temperaturas, a humidade e o vento. No entanto, também os duches demorados e com água muito quente contribuem para a desidratação da pele.

Paralelamente, a utilização de calçado fechado no inverno, com o objetivo de manter os pés quentes, não permite uma correta ventilação, criando o ambiente ideal para o desenvolvimento e proliferação de fungos causadores de micoses, que podem surgir na pele dos pés e unhas, sendo estas denominadas de onicomicoses. A onicocriptose, vulgarmente reconhecida como unha encravada, as calosidades e as bolhas são ainda problemas que podem surgir nesta estação do ano resultantes da má escolha de calçado, como sapatos não adequados à morfologia e tamanho dos pés, bem como aos dedos, dificultando também a circulação sanguínea.

Que cuidados devo ter no inverno para prevenir o desenvolvimento de problemas nos pés?

É essencial que tenha em mente a necessidade de manter os seus pés quentes e secos no inverno, por essa razão, caso as suas meias fiquem molhadas em dias de chuva, troque-as assim que possível.

Apesar desta máxima, as galochas/botas de borracha devem ser usadas apenas esporadicamente, pois embora mantenham os pés protegidos da chuva, por serem impermeáveis, não permitem uma correta ventilação do pé. O plástico de que são feitas irá contribuir assim para a concentração dos níveis de transpiração dentro do calçado, o que mantém os pés frios, provocando mal-estar e aumentando o risco infeções e de unhas encravadas, dado que as unhas se tornam mais moles e, por isso, ficam mais sujeitas a partir-se.

Concluindo, com o frio, os pés passam a andar escondidos, mas isso não significa que pode deixar de cuidar deles. Os seus pés são os que mais sofrem nesta altura do ano e, por isso, existem alguns cuidados a ter:

  • Lave diariamente os pés com água não muito quente;
  • Após o banho, seque bem os pés com uma toalha macia, especialmente os espaços entre os dedos;
  • Utilize diariamente um creme ou loção hidratante, uma vez que esta é uma medida fundamental para prevenir e tratar a xerose cutânea, também comum nos meses frios;
  • Opte por meias de algodão, de modo a prevenir a concentração de transpiração no calçado;
  • Quando chegar a casa, descalce-se e troque de meias;
  • Não aproxime demasiado os seus pés de fontes de calor;
  • Use calçado confortável e adequado ao seu pé, evitando os sapatos apertados, de modo a que circulação sanguínea não seja condicionada;
  • Faça exercício físico, para estimular a circulação sanguínea;
  • Alterne o seu calçado, permitindo que este seque e areje, dado que a humidade mantém os pés frios;
  • Visite regularmente um podologista.

E não se esqueça: examinar os pés diariamente é o primeiro passo para a deteção de possíveis alterações na pele e unhas, permitindo um diagnóstico precoce e um acompanhamento adequado, de modo a prevenir o agravamento de possíveis complicações resultantes de feridas, bolhas ou calos.

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

Usar calçado adequado ao trabalho previne o risco de lesões nos pés

Há quem trabalhe muitas horas de pé, enquanto outros trabalham maioritariamente sentados, mas em ambos os casos, são os pés que suportam o nosso peso e os esforços a que estamos sujeitos no dia a dia, ajudando ao equilíbrio do corpo e permitindo a deslocação. Submetidos a uma grande tensão e desgaste, os pés são ainda assim frequentemente negligenciados.

Dado que estes são o alicerce da nossa postura e a nossa plataforma de movimento, os cuidados a ter com os pés devem ser prioritários. Quer devido ao aumento da pressão, a alterações dos ossos, articulações ou ligamentos, ao stress físico e a possíveis traumatismos, como também à ação de bactérias, vírus ou fungos, entre outras causas, são muitas as patologias que podem afetar os pés.

Contudo, o uso de calçado inapropriado surge como uma das principais razões para o aparecimento de problemas podológicos, podendo levar ao desenvolvimento de lesões e deformidades nos pés. Assim, se pensarmos que, em Portugal, se trabalha em média 45 horas por semana, podemos facilmente perceber a importância de escolher um calçado adequado para levar para o trabalho.

Em primeiro lugar, o sapato deverá ser adaptado à morfologia e tamanho do pé, uma vez que o uso de sapatos demasiado apertados poderá causar, a curto prazo, o aparecimento de calosidades, bem como problemas mais graves a longo prazo. Enquanto que os sapatos excessivamente largos são um fator de risco para alterações ao nível da musculatura do pé.

Que características deverá ter o calçado de trabalho?

O calçado tem como principal missão proteger os nossos pés, fornecendo-lhes estabilidade, com a capacidade de amortecer o impacto dos pés com o solo. Porém, quando o calçado é inadequado ao tipo de pé e apoio plantar, bem como à atividade do utilizador, poderá funcionar como um agente agressor, contribuindo, por exemplo, para o surgimento de dor, bolhas, calos e edema, ou para o desenvolvimento do joanete e de deformações nos dedos e unhas.

Desta forma, existem alguns tipos de calçado que deverá evitar, como os sapatos de saltos altos e finos. Além da sua utilização aumentar o risco de quedas e entorses no tornozelo, este tipo de calçado leva a um aumento da pressão na parte da frente do pé, que passa a suportar todo o peso do corpo, podendo causar inflamação dos ossos e nervos. A sua utilização regular é ainda um fator de risco para o desenvolvimento do joanete e poderá ser também causa de problemas nos joelhos e pernas. Ao alterar a postura do corpo, este sapato pode comprometer a saúde da sua coluna vertebral.

No entanto, os saltos completamente rasos, como chinelos e sabrinas, são também uma opção a evitar, dado que não são adaptados à anatomia do pé, podendo provocar alterações à nossa forma de caminhar. Como não oferecem um bom suporte ao arco do pé, obrigam a um maior esforço por parte da planta do pé e do calcanhar, pelo que a sua utilização regular está associada ao desenvolvimento de fasceíte plantar. A sola dos chinelos e sabrinas é também demasiado fraca para amortecer o impacto do pé nas superfícies duras.

Com o objetivo de proteger o pé de acidentes de trabalho e lesões em determinados setores, como na indústria metalomecânica, existem normas que definem as especificações para calçado de segurança (Equipamento de Proteção Individual), sendo o seu uso obrigatório.

É importante salientar que deverá procurar que o calçado se adapte ao pé e aos seus movimentos, tal como à sua atividade, e não o oposto. Ainda assim, regra geral, existem algumas indicações e recomendações na hora de escolher os sapatos para o trabalho:

  • O calçado deve ser comprado ao final da tarde, altura em que os pés estão inchados;
  • Tendo em conta que o volume do pé se altera ao longo do dia e que este não permanece imóvel, deverá ter uma margem de aproximadamente 1 cm entre o seu dedo grande e a ponta do sapato;
  • Para uma melhor estabilidade do pé, opte por calçado com atacadores e com um bom contraforte na zona do calcanhar;
  • A biqueira do sapato deverá adaptar-se aos dedos do pé, de modo a evitar dores nos nervos e o surgimento do joanete e de unhas encravadas, bem como o agravamento de deformações nos dedos, como os “dedos em garra”;
  • Escolha um calçado que permita a ventilação do pé, de preferência em pele, de forma a prevenir a concentração de humidade e, assim, o surgimento de micoses;
  • A pensar nas suas atividades do dia a dia, a sola dos sapatos deverá ser antiderrapante e com maior resistência ao desgaste;
  • O salto deverá ser largo e com uma altura até 4 cm;
  • Prefira um calçado leve e maleável, para evitar bolhas e calosidades.

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

10 cuidados a ter este verão para prevenir infeções nos pés

Os pés estão muitas vezes sujeitos a condições de calor e humidade, nomeadamente pelo uso de calçado fechado, que favorecem o desenvolvimento de fungos responsáveis por infeções. Tal como outra parte do corpo, os pés devem ser cuidados durante todo o ano, contudo, no verão e em tempo de praia e piscina são vários os fatores propícios ao surgimento de micoses e, por isso, é crucial que os cuidados com os pés não sejam esquecidos.

As micoses são infeções altamente contagiosas provocadas por fungos, que se desenvolvem e se reproduzem em ambientes quentes, húmidos e escuros. Para obter energia, estes microrganismos “alimentam-se” de queratina, uma substância presente na superfície da pele, unhas e cabelo. Em circunstâncias normais, os fungos não causam doença, no entanto, se reunidas as condições necessárias à sua proliferação, a infeção pode instalar-se.

As infeções fúngicas estão entre as principais patologias ao nível do pé e a sua incidência aumenta significativamente no verão. Com o aumento das temperaturas, a concentração de transpiração no calçado e a exposição dos pés, em especial na praia e nas piscinas públicas, estão entre os principais fatores de risco.

Ao nível do pé, podemos falar de dermatomicoses e onicomicoses (micoses nas unhas). O pé de atleta é uma das micoses mais comuns no pé e, uma vez que o seu contágio é mais frequente nas piscinas e balneários públicos, pode ser considerado a “doença do verão”. Este problema surge mais frequentemente nos espaços entre os dedos e os seus sintomas incluem vermelhidão, prurido (comichão), inflamação, mau odor e alterações da pele, podendo provocar bolhas, fissuras e descamação da pele. O contágio é favorecido pela água e areia, bem como pela pele seca e fissurada dos pés, um problema também comum nesta altura do ano.

Já a onicomicose, responsável por mais de metade das doenças que afetam as unhas, pode provocar a alteração da coloração, deformação, engrossamento da unha e dor. Em certas situações, poderá verificar-se o descolamento da unha do leito ungueal. A dor poderá ser agravada pela pressão exercida pelo calçado.

O tratamento dependerá do tipo de fungo e da gravidade da micose, tal como do estado de saúde da pessoa, sendo muitas vezes necessária a prescrição de medicamentos de uso tópico e comprimidos de ingestão via oral. No que diz respeito à onicomicose, o objetivo da terapêutica é o crescimento de uma unha saudável, que demora pelo menos 12 meses a crescer desde a raiz até à ponta. Vigiar diariamente os pés permite a deteção dos sinais de infeção e facilita a obtenção de um diagnóstico precoce. Na presença de um ou mais sintomas de micose no pé, o próximo passo é recorrer a um podologista para tratar imediatamente a infeção e evitar que toda a família seja contagiada, uma vez que as micoses podem servir como “portas de entrada” a agentes patológicos causadores de infeções graves.

Que cuidados devo ter para prevenir o contágio e o desenvolvimento de micoses no pé?

Transpirar dos pés é uma resposta biológica e fundamental para controlar a sua temperatura e manter a flexibilidade da pele, contudo, ao contrário de outras áreas do corpo através das quais pode evaporar facilmente, o uso de sapatos e meias pode levar à retenção de suor. Como o excesso de transpiração é naturalmente mais comum nas alturas de calor, é importante prevenir a concentração de humidade no calçado, que propicia o desenvolvimento de micoses.

Para evitar a exposição aos fungos pelo contacto com superfícies contaminadas, é crucial usar sempre chinelos em locais húmidos. Embora não se possa garantir que evite a 100 por cento a probabilidade de sermos contagiados, usando-os estamos bem mais protegidos contra este tipo de infeções. Doentes com diabetes e com o sistema imunitário debilitado devem ter cuidados redobrados.

De modo a prevenir infeções causadas por fungos, existem algumas recomendações a seguir no sentido de evitar o contacto direto com o fungo e, por outro lado, o desenvolvimento de condições favoráveis à sua proliferação, nomeadamente durante a estação mais quente do ano:

  • Usar sempre chinelos nas zonas de banho, como piscinas e balneários públicos;
  • Escolher calçado arejado e que permita a ventilação do pé;
  • Colocar os sapatos a arejar num local ventilado e iluminado e aguardar, pelo menos 24 horas, antes de calçar os mesmos sapatos novamente;
  • Preferir calçado em pele e meias de fibras naturais (preferencialmente de algodão);
  • Manter uma higiene cuidada do pé, lavando os pés com sabão de pH neutro;
  • Secar bem os pés com a toalha, especialmente os espaços entre os dedos;
  • Fazer uma hidratação diária dos pés;
  • Trocar de meias diariamente;
  • Em caso de excesso de transpiração, usar antitranspirante específico para os pés;
  • Não partilhar objetos pessoais, como toalhas, meias ou calçado.

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

Calçado e corte adequados previnem “unha encravada”

Em qualquer idade, estamos suscetíveis ao surgimento de problemas nas unhas que podem mudar o seu formato, textura, coloração e saúde. Todas as pessoas devem manter-se atentas a estas possíveis alterações, que não afetam apenas a estética das suas mãos ou pés. As unhas, além de responsáveis pela proteção das pontas dos dedos e ações que envolvem alguma precisão, podem funcionar ainda como um alerta de que algo não está bem. Por vezes, estas modificações são mesmo sinais iniciais do desenvolvimento de doenças sistémicas.

A onicocriptose, vulgarmente reconhecida como “unha encravada”, é uma lesão comum que deve ser tratada atempadamente de modo a evitar infeções causadas por bactérias e o recurso à cirurgia. Normalmente, este problema surge no dedo grande do pé, quando um ou os dois cantos da unha crescem em direção à pele circundante do dedo e a perfuram, chegando aos tecidos mais profundos, em vez de crescerem em linha reta para além das margens do dedo.

Quando a unha penetra a pele, a pessoa poderá notar dor, vermelhidão, irritação, inchaço e pus. Para prevenir o agravamento do estado da unha e do pé, é necessário um especial cuidado com a “unha encravada” e um diagnóstico precoce. Sobretudo pessoas com diabetes e outras patologias que causem uma circulação deficiente, lesões nos nervos da perna ou do pé ou com a unha já infetada devem adotar uma atitude preventiva, logo à primeira suspeita, e procurar ajuda especializada. Para o tratamento podológico da “unha encravada”, poderá recorrer-se a técnicas não traumáticas que permitem corrigir a unha, removendo a espícula, ou a um procedimento cirúrgico definitivo que remove a parte encravada da unha, quando a situação clínica se torna crónica e de difícil resolução.

Quais as causas desta lesão na unha?

Esta situação clínica afeta principalmente adolescentes e adultos, sendo muitas vezes causada por um corte incorreto. Uma vez que cortar demasiado as unhas, principalmente nas laterais, potencia o risco de vir a ter unhas encravadas. O uso de calçado apertado que causa pressão nas unhas, como sabrinas ou chuteiras, fazendo com que comecem a crescer dentro da pele, é também uma das principais razões. Além dos riscos associados a fatores hereditários e genéticos, à prática desportiva e a traumatismos do dia-a-dia, a ansiedade e os desequilíbrios hormonais podem ainda acelerar o crescimento das unhas, o que faz com haja uma maior tendência para desenvolver este problema podológico. O excesso de transpiração é um outro fator, dado que as unhas se tornam mais moles e, por isso, ficam mais sujeitas a partir-se.

Como posso prevenir a “unha encravada”?

Estar atento aos sinais e sintomas, vigiar a sua saúde e visitar com regularidade um podologista são alguns dos cuidados a ter para dar “um passo por cima” deste problema. No dia-a-dia existem ainda alguns cuidados e hábitos de prevenção da “unha encravada”:

  • Com o verão “à porta”, use calçado arejado e que permita a ventilação do pé, uma vez que os sapatos fechados aumentam o calor e a humidade local;
  • Cortar as unhas em linha reta, não fazendo um corte arredondado nos cantos, de modo a permitir que a unha cresça para além da pele nas margens;
  • Não cortar demasiado as unhas;
  • Ao invés de uma tesoura ou corta-unhas, optar por um alicate de pontas retas, de maneira a não cortar as extremidades dos cantos das unhas;
  • Escolher um calçado adequado à largura e comprimento do pé, procurando que o sapato não pressione os dedos;
  • Trocar regularmente de calçado e colocá-lo a arejar, para evitar a concentração de humidade;
  • Escolher meias de algodão;
  • Fazer uma higiene cuidada do pé, secando bem os espaços entre os dedos

 

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão